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quinta-feira

Homens e mais velhos puxam rejeição a união homossexual

55% dos brasileiros são contra união civil e adoção de crianças por casal gay; 45% se disseram favoráveis

Na primeira pesquisa de opinião após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decidido reconhecer a união estável entre pessoas de mesmo sexo, 55% dos brasileiros se dizem contra a decisão.

O Ibope ouviu 2.002 pessoas, em 142 municípios de todo o país, entre os dias 14 a 18 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para baixo e para cima.

Questionados sobre a possibilidade de adoção de crianças por casais homossexuais, que ainda entrará na pauta do STF, o resultado foi o mesmo: 55% são contra, e 45%, a favor.

Sexo e idade

Os maiores percentuais de rejeição à união estável e à adoção por gays foram registrados entre os homens (63% e 62%, respectivamente) e entre as pessoas com mais de 50 anos (73% e 70%).

Ao longo de toda a pesquisa, as diferenças de percepção de acordo com o sexo e a idade do entrevistado aparecem com nitidez (veja abaixo).

Há também outras diferenças. A aceitação da união gay aumenta conforme crescem a escolaridade e a renda (60% dos que têm nível superior são a favor, por exemplo).

Amigos à parte

Apesar de serem contrários ao reconhecimento oficial dos relacionamentos homoafetivos, os brasileiros dizem não rejeitar amigos gays e aceitar que eles trabalhem como médicos, policiais e professores de ensino fundamental.

Se soubessem que seu melhor amigo é homossexual, 10% disseram que isso os afastaria muito da pessoa. Para 73%, porém, o fato não faria diferença para o relacionamento.

Mesmo os religiosos afirmam aceitar amigos gays (75% dos católicos e 65% dos protestantes ou evangélicos).

Do total de entrevistados, 14% disseram que a notícia sobre a condição sexual os "afastaria um pouco" do amigo.

Maioria dos jovens aceita casamento e adoção

A aceitação da união estável entre pessoas de mesmo sexo e da possibilidade de adoção de crianças por casais gays aumenta à medida que cai a idade dos entrevistados pelo Ibope.

Enquanto 60% das pessoas com 16 a 24 anos se disseram favoráveis tanto a uma situação qaunto à outra, menos de um terço dos que têm 50 anos ou mais expressou a mesma opinião.

Ao mesmo tempo, 40% dos brasileiros nessa faixa etária se declaram contrários à decisão do STF que igualou direitos gays e heterossexuais.

É maior também o percentual de jovens que aceitam amigos e amigas que se declaram gays: 81%, ante 64% dos entrevistados com 50 anos ou mais. Mulheres são mais tolerantes

Em todas as questões levantadas pela pesquisa do Ibope, as mulheres se mostraram mais tolerantes que os homens, seja em relação à aceitação dos casais gays pela sociedade, seja em suas relações de amizade. Mais de 50% são favoráveis à união estável e à adoção, embora a vantagem fique dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Questão divide as religiões

A opinião dos brasileiros que declaram ter alguma religão não é homogênea em relação aos direitos civis do casais homossexuais. Enquanto os católicos estão divididos quanto ao reconhecimento da união estável, a maioria expressiva dos protestantes ou evangélicos é contra. Os percentuais se repetem, com pequenas variações, na questão da adoção de crianças.